sábado, 27 de setembro de 2008

Educar não é proibir

Pelo dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, sobre o termo repreensão, há 77 sinônimos no Brasil. Isto é uma pequena amostra do quanto a repreensão é usada. A repreensão feita em cima de um ato que uma criança esteja praticando é boa para interromper a ação inadequada, mas ela tem de ser complementada por um lembrete que justifique a interrupção. Somente a repreensão tem um alcance curto, pois logo a criança poderá repetir a ação repreensível. Uma pesquisa americana mostra que uma mãe normal americana diz em média 100.000 nãos a uma criança desde que esta nasce até atingir seus 8 anos de idade. O que dá uma média de 12.500 em 1 ano, ou uma média de 34,2 nãos por dia. Destes nãos, quantos realmente foram necessários? Ou melhor, quantos nãos foram verdadeiramente atendidos? Este não pode representar muitos outros tipos de repreensão que também por não serem ouvidos e tampouco obedecidos precisam ser repetidos. Se tiver que repetir uma mesma repreensão várias vezes pela mesma ação da criança, significa que ela foi ineficiente. Quando a criança escuta, mas não "ouve" a repreensão, ela tenta outra vez. Assim como tentará mais outras vezes se ela não sentir autoridade na repreendedora. Não se deve ficar bravo, ofender, bater, pois tais atitudes podem mais é reprimir do que educar a criança. Reprimir é fazer uma criança engolir a seco a proibição. Educar é acender uma luz no quarto escuro dos pensamentos da criança, para que ela compreenda com amor e carinho o melhor caminho para ela e para os outros. Somente proibir não educa. Mas para ouvir as crianças têm que parar o que estiverem fazendo. A complementação deve vir quando as crianças já estiverem mais calmas. Durante o nervosismo ninguém ouve ninguém. Esta complementação explica o porquê da inadequação da briga e já se estabelecem as conseqüências. Se brigarem outra vez, que parem de comer e que cada um vá para um canto do restaurante e esperem até se acalmarem. Na próxima briga, ambos irão para o carro e esperam lá dentro até os pais chegarem. O importante para se manter a autoridade é que as conseqüências das brigas sejam cada vez mais fortes, mas ao mesmo tempo tenham novas oportunidades de convivência. O que importa não é separar os filhos, mas eles aprenderem que têm de conviver. Enquanto papai repreende os filhos, a mãe tem o dever de concordar e vice-versa. Nada de defender os filhos, ou atacar o pai. Esta incoerência entre o casal pode alimentar a briga dos filhos. Se os pais que são adultos não se entendem por que os filhos haveriam de ... Nesta conversa é fundamental o pai explicar que quando brigam, ambos perdem a razão e ambos são responsáveis. Está mais errado quem provoca do que aquele que reage. Impossível descobrir quem começou... Combina-se qual a tarefa caseira que cada filho terá que fazer como conseqüência da briga. Com os acordos combinados, o lembrete é para a aplicação das conseqüências. As crianças têm memória curta e esquecem-se facilmente dos deveres. A repreensão lembrete é para lembrar das conseqüências que cada um terá que arcar em casa. Um dos melhores lembretes é simplesmente repreender e começar a contar até três. Se chegar ao três, não terá perdão, pois as tarefas estarão à espera deles em casa.

Nenhum comentário: