domingo, 28 de setembro de 2008

Interessante: Fases da criança de 2 a 5 anos

Fase 1: Crianças de 2 e 3 anos Do ponto de vista do desenvolvimento, as crianças dessa fase estão construindo as habilidades motoras, tais como: andar e locomover-se; subir e descer escadas; passar por obstáculos; puxar e empurrar objetos; usar o velotrol. Começam também a balançar-se, escorregar, equilibrar-se, lavar-se, comer, direcionar-se para todo canto da casa, puxar gavetas, examinar objetos, sozinhas, sem o auxílio dos adultos. É o momento de livrar-se das fraldas, alcançando o controle dos esfíncteres. Uma grande conquista dessa etapa é o prazer de descobrir o mundo das palavras, seus significados e a articulação da linguagem com os adultos que a rodeiam. Tentam comunicar-se e para tanto observam esses adultos, imitam seus gestos e modos de expressão. O jogo imitativo é, portanto, seu melhor instrumento de aprendizagem. São crianças que se encantam com as pequenas estrofes das músicas e versos infantis, que adoram brincar de faz-de-conta e ouvir os contos de fadas. Gostam das tintas, do barro, dos restos de papel e raspas de madeira, da areia, da água e da massa de modelar. Sujam-se, besuntam-se, cobrem o corpo de barro. O contato sensorial com os objetos, pessoas e seres da natureza é fundamental, pois são imediatistas e bastante centradas em si mesmas, o que significa que só pensam sobre as coisas que vêm, tocam e sentem. Atentas, logo assimilam a rotina do seu dia-a-dia e a sua casa já não lhes oferece mais grandes desafios. Nessa fase, a escola torna-se de fundamental importância, na medida em que insere a criança num outro universo, mais complexo, que vai exigir dela novas adaptações. Por isso, ela deve ser espaçosa, rica em estímulos, repleta de coleguinhas, brinquedos, jogos, atividades planejadas em torno de temas e assuntos que despertam o interesse e curiosidade da criança. O foco principal nesse momento deve ser o brincar. A brincadeira auxilia a criança a criar uma imagem a respeito de si mesma, manifestar gostos, desejos, dúvidas, mal-estar, aborrecimentos, etc. A escola deverá ser um local onde ela vai falar e ser ouvida, considerada em todas as suas possibilidades de interrogação, assimilação e compreensão do mundo, como um pequeno sujeito e não um local de treinamento e adestramento. A entrada na escola é, ao mesmo tempo, desejada e temida. Fascinadas pelas possibilidades que antevêem, as crianças querem a escola. No entanto, têm também um certo receio da separação dos pais, um medo inconsciente de perdê-los. Por isso o choro na hora da chegada e a alegria na hora da saída. Ao longo do período, no entanto, logo se esquecem dos pais, para desfrutar o prazer de tudo o que a escola lhes oferece. A escola precisa ser acolhedora de modo que o prazer ali encontrado seja maior do que a dor da separação da família e do ambiente da casa, que lhe oferece segurança. Fase 2: Crianças de 4 e 5 anos Nessa fase. as crianças já adquiriram o domínio da linguagem falada. Partem agora para duas conquistas fundamentais. Em primeiro lugar, a libertação do pensamento, que deixa de operar apenas sobre objetos concretos, que se encontram debaixo de suas vistas e ao alcance de suas mãos. Agora já dão conta de pensar e interrogar-se sobre as coisas sem que necessariamente essas estejam presentes, ou seja, em termos das suas imagens mentais. Seus desenhos já possuem formas definidas e por meio deles procuram retratar de memória aquilo que já conhecem: carros, aviões, animais, pessoas, bruxas, fadas… Em segundo lugar, uma vez dominada a fala, procuram agora decifrar a escrita e a leitura, imitando os gestos e os traços dos adultos, em simulações daquilo que observam. Querem contar, quantificar. Perguntam sobre o significado dos números e sons das letras. Observam e esquadrinham o próprio nome, o nome dos colegas, identificando semelhanças e diferenças. Bem incentivadas, as crianças, nessa fase, podem descobrir o código da leitura e surpreender os adultos, quando demonstram que já sabem ler. Nas conversas, tomam a palavra e querem argumentar em favor das suas opiniões. No entanto, ainda centradas em si mesmas, carecem de flexibilidade, o que faz com que os diálogos mais se pareçam com monólogos coletivos. Essa dureza de pensamento faz com que as crianças, muitas vezes, não consigam entender os argumentos adultos e nem se fazer entendidas. Presas ao que conseguem perceber de uma questão, elas sofrem quando são obrigadas a ceder, muitas vezes demovidas de suas posições pelo respeito ao adulto que as repreende. Do ponto de vista social, organizam-se em subgrupos, muitas vezes liderados por um “chefe”, ao qual os demais devem se submeter. São muito curiosas e apresentam uma enorme vontade de saber sobre tudo que ouvem e vêm. Não gostam de ser deixadas de lado em suas interrogações e necessitam de boas respostas para suas perguntas. Indagam-se sobre a origem e o porque das coisas que a interessam e estabelecem analogias com o que já conhecem. Muitas vezes passam por “mentirosas” para os adultos, na medida em que tentam preencher as lacunas em seu conhecimento com produtos de sua imaginação. A escola deve saber canalizar o espírito investigativo que caracteriza essa fase, possibilitando à criança um contato rico com o mundo dos fenômenos e objetos da natureza e da cultura, incentivando-a a observar e construir explicações que lhe pareçam plausíveis e verossímeis. Sobretudo, por meio do estímulo ao saber, ao pensar, ao diálogo, ao ouvido atento para o que os colegas dizem, a escola contribui muito para que as crianças ultrapassem essa fase, de relativo “sofrimento psicológico”, para a seguinte, mais estável e confortável. Assim como na fase anterior, o foco continua no brincar, pois enquanto brinca a criança amplia sua capacidade corporal, sua consciência do outro, a percepção de si mesma como um ser social, a percepção do espaço que a cerca e de como pode explorá-lo. É brincando que a criança adquire hábitos e atitudes importantes para o seu convívio social e para seu crescimento intelectual

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